Depois de mais de seis horas de debate, o
Plenário aprovou o novo Código Florestal (PLC 30/2011), na forma de substitutivo dos
senadores Luiz Henrique (PMDB-SC) e Jorge Viana (PT-AC) para o texto do então
deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), hoje ministro do Esporte. O texto, que traça
os limites entre a preservação de vegetação nativa e as diversas atividades
econômicas, tanto no campo quanto nas cidades, volta agora à Câmara dos
Deputados, que deve deliberar sobre a matéria até o fim do ano.
O novo Código Florestal estabelece
disposições transitórias - para contemplar as chamadas "áreas
consolidadas", em que há atividades agrossilvopastoris em Áreas de
Preservação Permanente (APPs) - e disposições permanentes, com critérios a
serem seguidos a partir da data de 22 de julho de 2008, data da publicação do
Decreto 6.514/2008, que define penas previstas na Lei de Crimes Ambientais. A
mesma data é o marco temporal para isentar de recuperação as propriedades
rurais de até quatro módulos que desmataram as Reservas Legais (RLs).
Para isso, o projeto determina a criação do
Cadastro Ambiental Rural (CAR) e estabelece prazo de um ano, prorrogável uma
única vez por igual período, para que os donos de terras registrem suas
propriedades nesse cadastro. Os dados do CAR serão disponibilizados na internet
e servirão para a elaboração dos Programas de Regularização Ambiental.
Os relatores também incluíram incentivos para
a recomposição de florestas e regras especiais para a agricultura familiar.
Vários líderes partidários - como as
senadoras Kátia Abreu (PSD-TO) e Ana Amélia (PP-RS) e os senadores Rodrigo
Rollemberg (PSB-DF), Gim Argello (PTB-DF), Wellington Dias (PT-PI), José
Agripino (DEM-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL) - encaminharam favoravelmente ao
substitutivo, elogiando o teor do relatório, o qual consideraram equilibrado.
Também se manifestaram pelo texto e em defesa dos produtores rurais os
senadores Waldemir Moka (PMDB-MS), Demóstenes Torres (DEM-GO), Inácio Arruda
(PCdoB-CE), Ivo Cassol (PP-RO) e Acir Gurgacz (PDT-RO).
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) chegou
a pedir verificação de quórum, com apoio dos senadores Marinor Brito (PSOL-PA),
Lindbergh Farias (PT-RJ), Paulo Davim (PV-RN) e Cristovam Buarque (PDT-DF).
Randolfe discursou contra o texto e defendeu a agricultura familiar e a
preservação ambiental. Marinor Brito também encaminhou contrariamente ao
projeto, "em nome de todos os que tombaram em defesa das florestas".
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